terça-feira, 23 de outubro de 2012

Parametros Brasileiros para EQ 5D


MG divulga primeiros resultados de estudo sobre qualidade de vida
Estudos de avaliação econômica de tecnologias a serem incorporados no SUS poderão considerar preferências sociais da população brasileira para estimar anos de vida ajustados à qualidade
O Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) está financiando um estudo multicêntrico para estimar a qualidade de vida a partir do instrumento desenvolvido pelo grupo EUROQOL (EQ-5D). Essa pesquisa encomendada pelo Decit, ligado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE/MS), está sendo desenvolvida em centros de pesquisa de Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE).
O EQ-5D é um instrumento utilizado para mensurar a qualidade de vida em termos numéricos. Este instrumento é universal e permite estimar preferências de determinada população sobre 243 estados de saúde distintos. Com base nessas preferências, os resultados provenientes de tratamentos e outras intervenções em saúde podem ser medidos em termos de qualidade de vida. “Esse instrumento, na prática, tenta colocar diferentes doenças em um mesmo critério, dentro de uma escala”, explica a coordenadora da Coordenação Geral de Avaliação de Tecnologias em Saúde do Decit, Flávia Elias. O EQ-5D é importante para a realização de estudos de avaliação econômica de tecnologias a serem incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) uma vez que permite considerar as preferências da população brasileira em relação aos estados de saúde.
Vários países já utilizam essa ferramenta. No Brasil, a primeira estimação dos parâmetros de valorização foi realizada pelo Grupo de Estudos em Economia da Saúde e Criminalidade (GEESC), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os dados são provenientes de uma amostra representativa para Minas Gerais constituída por 3.362 pessoas alfabetizadas, com idade entre 18 e 64 anos, residentes na área urbana do Estado. O relatório final desta pesquisa e a tabela com os resultados dos parâmetros estimados estão disponíveis no site http://www.cedeplar.ufmg.br/grupos/geesc/index.php?Itemid=12&option=com_content&view=category&layout=blog&id=16.
O estudo demonstra a viabilidade da realização deste tipo de pesquisa com base em  entrevistas domiciliares junto à população brasileira. Os valores estimados para os estados de saúde a partir da etapa realizada em Minas Gerais representam um primeiro passo para o estabelecimento das preferências sociais da população brasileira em relação ao EQ-5D.
A divulgação dos resultados do estudo multicêntrico, que considera quatro cidades brasileiras,  está prevista para o primeiro semestre de 2013.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

INC coordena estudo sobre eficácia das estatinas


INC coordena estudo sobre eficácia das estatinas

Pesquisa aponta que, apesar da variação de preços, estatinas disponíveis no mercado apresentam eficácia semelhante

Responsáveis por baixar o colesterol, as estatinas são grandes aliadas no tratamento de diversos problemas cardíacos e diminuem comprovadamente o risco de doenças graves como infarto e AVC em pessoas diagnosticadas com doenças cardíacas.
O medicamento está disponível no mercado em vários tipos, com variações significativas de preço que podem chegar até 1000% de acordo com o banco de preços do Ministério da Saúde.
Para avaliar a efetividade comparadados diversos tipos de estatinas comercializados, o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), coordenou um estudo através do qual se constatou que, apesar das diferenças de preços, todas as estatinas possuem efetividade semelhante.
“Embora algumas estatinas sejam bem mais caras que outras, os benefícios são os mesmos. Sendo assim, aquela que tiver o melhor preço é a que deve ser utilizada no tratamento, uma vez que, por se tratar de uma medicação que controla um fator de risco, a sua utilização muitas vezes pode ser feita por um longo período de tempo, gerando um alto custo para o paciente ”, explica a pesquisador do Núcleo de Avaliação em Tecnologias em Saúde do INC e coordenador do trabalho, Bernardo Tura.
O estudo foi realizado por meio do método chamado revisão sistemática e metanálise, através do qual se analisam artigos científicos, bando de dados e literatura especializada. “Ao final da análise, juntam-se todos os dados analisados para se chegar a um resultado conclusivo”, explica Marisa Santos, coordenadora do NATS do INC.
A prevenção com o uso das estatinas, assim como os demais medicamentos, deve ser adotada sempre que os benefícios forem maiores que os riscos relacionados a efeitos colaterais e após a adoção de outras medidas para controle dos fatores de risco como abandono do tabagismo, adequação de dieta e prática regular de exercícios físicos. Para orientar quanto ao seu uso racional, o INC lançará em breve, uma cartilha com informações gerais quanto à utilização correta da medicação.